domingo, 29 de julho de 2018

A Rota da Seda na China - Introdução

Estas Notas de Viagem são a compilação de dados, descrições e impressões e pretendem apresentar as informações básicas que preciso saber como preparação para a viagem que, com mais cinco amigos, faremos em setembro de 2018, tentando acompanhar a Rota da Seda na China percorrida pelo mercador veneziano Marco Polo.

No planejamento da viagem partimos de uma forma um pouco diferente:  sem quase nenhum conhecimento sobre a China nem sobre a Rota da Seda e o viageiro Marco Polo, como ponto de partida, contatamos uma agencia de viagem chinesa para montar um pacote de uma viagem sobre a Rota da Seda, mas sem maiores detalhes.

A primeira decisão a ser tomada foi escolher uma das três alternativas: “A Rota da Seda na Ásia Central”, “A Rota da Seda na China”, e “O Transiberiano”.

Depois de algumas avaliações, pesquisas e orientações dos nossos agentes de viagem decidimos pela segunda alternativa, a “Rota da Seda na China”, com extensão para Shanghai, Hong Kong e Macau.

Nestas Notas abordamos os seguintes aspectos:

a) Informações gerais sobre a China;
b) Informações gerais sobre a Rota da Seda e sobre Marco Polo e sua empreitada.
c) Itinerário e informações sobre a viagem programada
d) E finalmente, o diário da viagem.



A ROTA DA SEDA

Aproximação ao tema

A Rota da Seda nunca existiu, não certamente no singular. Deu-se esse nome ao que na realidade era uma teia de itinerários terrestres, ligando comercialmente a China e a Europa. Essa rede, a maior rede comercial do Mundo Antigo, começou a desenhar-se com a invasão da Ásia Central por Alexandre O Grande e manteve-se ativa até à descoberta do Caminho Marítimo para a Índia.

Estas rotas não só foram significativas para o desenvolvimento e florescimento de grandes civilizações, como o Egito Antigo, a Mesopotâmia, a China, a Pérsia, a Índia e até Roma, mas também ajudaram a fundamentar o início do mundo moderno.

Utilizada desde a antiguidade, a Rota da Seda foi unindo já desde o século I da nossa era as cidades costeiras do Meio Oriente com o longínquo e quase fabuloso império chinês.

São mais de dois mil anos de história em torno desta mítica via comercial que se estende por desertos, cordilheiras e estepes marcados por estações que o viajante avistava com alivio, assim como por cidades magnificas, como Damasco, Bagdá o Samarcanda.

Dinheiro e ganância, estalagens, navios, mercancias preciosas e exóticas desde a seda, que acabou dando-lhe o nome à Rota, a especiarias, madeiras, marfim, conchas de tartarugas e chifres de rinocerontes são só alguns dos motores que criaram a legenda da extensa rede de caminhos cheios de perigos e incomodidades que a conformam.

A Rota da Seda transporta-nos numa viagem fascinante ao longo de vários milênios de história, onde se destacam os países produtores de seda, a rota das caravanas, os povos negociantes, as permutas religiosas, as influências mútuas entre o Ocidente e o Oriente, a espionagem, as viagens de Marco Polo, entre muitos outros assuntos.

A Rota da Seda são quatro palavras mágicas que fazem sonhar com as caravanas que ligavam a China e a Europa, pelos desertos da Ásia Central, carregadas de riquezas exóticas. Custa entender como os Gregos e os Romanos teriam encontrado essas regiões longínquas e perigosas, e o que saberiam os Chineses sobre o mundo europeu e como conseguiram, durante séculos a fio, guardar o segredo do fabrico da seda.

A Rota da Seda atingiu até mesmo o Império Romano, interessado nos tecidos, trocando mercadorias com a China, e formava a maior rede comercial do Mundo Antigo.

Marcada hoje pelo petróleo e pelo ópio, a Rota da Seda enriqueceu ao longo dos séculos não só as fortunas dos mercadores, mas também o espírito dos viajantes que percorriam os caminhos, assim como as numerosas e diferentes culturas que atravessavam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário